“O corpo físico é conhecido na psicologia ocidental como o consciente; o corpo etérico como o inconsciente e o corpo astral como o inconsciente coletivo” 24:82.
Mohan Chandra Rajneesh – o Osho (1.931-1.990)
Além de nosso lado Sombra, desvelado por Freud e estudado por Jung, nossa “Criança”, nosso “Pai” e nosso “Adulto”, expressões egóicas estudadas por Eric Berne, Jean Yves Leloup cita outros oito tipos de memórias inconscientes que fariam parte de nosso ser 25:80-113. Os três primeiros seriam o nosso subconsciente, o quarto e quinto o nosso superconsciente e os três últimos a divindade que habita em nós, memórias que são acessadas pela mente em estados ampliados de consciência:
O culto aos antepassados, de forma que se libere essas energias de sua influência em nós, é uma forma de se trabalhar no inconsciente familiar. A paranormalidade e o espiritismo lidam com essas energias mentais transpessoais, que influenciam nossas vidas, nos dando intuições, vidências ou até nos vampirizando. A psicologia de Carl Gustav Jung (1.875-1.961), com a noção de arquétipos (padrões energéticos simbólicos que, uma vez liberados, atingem a consciência e influem no desenvolvimento e expressão da personalidade) e mitologias, trabalha o nosso inconsciente coletivo, enquanto no nosso superconsciente (cósmico e angelical) estão registradas as memórias das estrelas, do Big-Bang e etc., pois tudo o que somos é uma conseqüência de tudo o que ocorreu antes e após a criação. Somos filhos do Cosmos (sincronicidade quântica). Nossos astros, anjos, deuses e “animais de poder” (Xamanismo) fazem parte dessa dimensão arquetípica superconsciente, a qual, por exemplo, o xamanismo, a angelologia e a astrologia (o retrato do indivíduo em um código registrado nos astros – veja no volume 3) estudam.
O mergulho no escuro do nosso inconsciente geralmente nos dá medo, o conhecido medo do desconhecido que se origina no nosso instinto de autopreservação. Mas a cada mergulho vemos o bem que a conscientização de nosso inconsciente faz à nossa saúde. Esse mergulho, um estado ampliado da consciência, é realizado há milênios, e descrevem-se diversas maneiras de realizá-lo. O uso de ervas e a auto-sugestão são os principais deles.
“[as] plantas de poder... me indicaram a forma pela qual a mente pode fluir livremente, a forma pela qual as percepções espirituais surgem à tona, sem qualquer esforço, emergindo das profundezas da consciência” 14:13.
Fritjof Capra
Físico Quântico
O Xamã em transe experimenta algo diferente da vigília, do sonho, da psicose, da hipnose ou da meditação, geralmente induzido pelo bater monótono de um tambor (alguns usam chás sagrados): o estado ampliado xamânico de consciência. Essa mudança rápida de estado de consciência, sem perda da memória ou efeitos colaterais, é como uma experiência de quase-morte, pois alguns contam que seguem um túnel em direção a uma luz e acessam tanto um mundo superior (dos deuses) como um mundo inferior (dos demônios). Esse acesso ao “mundo dos espíritos” se faz com total consciência e controle, e da mesma forma como podem permitir essa comunicação podem interrompê-la quando desejam.
Com os estudos de estados ampliados de consciência que acompanhavam o uso de drogas como o LSD na década de 1.960 e o estudo dos estados ampliados de consciência das experiências místicas, Abraham Maslow (fundador da psicologia humanística) e Stanislav Grof formularam, em 1.968, o arcabouço teórico de uma nova psicologia que reconhece a importância das dimensões espirituais da psique e o potencial humano para a evolução da consciência: a Psicologia Transpessoal.
“Do mesmo modo que existe no indivíduo uma pulsão inconsciente para o sexo, também parece haver uma pulsão para a espiritualidade, por meio do desenvolvimento dos níveis de percepção. Quando esse impulso é relegado e o afloramento dos níveis transcendentes da personalidade impedido, o resultado é o desequilíbrio psíquico e físico, com o surgimento de vários tipos de doenças”.
Abraham H. Maslow (1.908-1.970)
Esses estados ampliados de consciência surgem quando o limiar sensorial se acha reduzido a tal ponto que ocorre uma alteração nos modos habituais de se perceber o meio exterior e/ou interior. Podem ocorrer espontaneamente ou serem provocados por hipnose, bombardeio sensorial ou uso de drogas e/ou plantas psicoativas. Esses estados desenvolvem-se em quatro diferentes níveis:
E assim, o passeio da mente nos diversos tipos de estados da consciência, usando a energia da vontade, é o passeio evolutivo do homem espiritual, cuja bússola orientadora é o correto propósito ou intenção, que surge da mais profunda dimensão individual do ser humano: a dimensão hárica.